quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Um verão que se vai

Um verão que se vai


A vida terá ela estações ? Ou somos nós que nos sentimos quentes, frios ou agradáveis ? Sei que os verões quentes e ensolarados são raros: As chuvas desfazem as alegrias solares com raiva, tenho mêdo delas, sei de sua força e poder. Esse verão de 2010 veio, como uma forte manta de cores , alegrar os Cariocas e como uma compressa destruir Paulistas. Uma barreira de ventos e fatos inexplicáveis deixou as águas caírem por lá, com direito á uma amostra " grátis" na Costa verde. Isso alegrou os Cariocas e desesperou os amigos mais ao sul. Será um castigo, uma prova que a imperfeição tecnológica-humana é falsa? Mas o nosso lindo Rio de Janeiro caminha para virar uma São Paulo aleijada, cheia de calombos, com uma pele rugosa e estragada, fazer o quê? Sorrir ? Somos mais felizes aqui ? O castigo virá ! Agora, voltando ao tema principal, o verão foi lindo aqui no Rio de Janeiro ! Vi manhãs quentes, de céu tom azul e rosa nascerem. Os felizes indo para a praia simplesmente respirar essa felicidade, o carioca sabe viver um verão ! São velhos, meninos, atletas, se jogando no quente desabrigo do Sol, sem receio, com uma quase bravura. Os tristes caminharam para o inferno, onibus lotados, gravatas esbaforidas, falta de ar, cansaço... Vi pessoas mal dormidas, como um bando de zumbis caminhando pelas ruas abrasivas, sobre a enorme frigideira da cidade, um calor de fazer o nordestino não crer, parece piada né ? Vem morar aqui, seu Pernabucano cabra-da-peste ! Você vai virar um bode abafado, não venham com essa de que por aí o calor é menor mas a " sensação térmica " é pior, não acreditarás no que se sente por aqui, deixe seu orgulho calorento prá lá. De novo ao tema, acabando está ! Por mim melhor, sou do time que gosta do suave e não frio inverno, de Maio até os ventos de Agosto. Admiro o verão como um quadro maluco de Salvador Dali, o gênio do pincel; não quero viver essa loucura, só olhar, só olhar, baba baby, baba... As mulheres enlouquecidas e aquecidas, na nudez natural da estação se mostrando, a quem quizer admirar. Vou, de novo provocar, que venham as baianas melosas, as meninas lindas de olhos claros lá das bandas do sul, as caboclas do norte, todas lindas, venham ver a perfeição da forma, do balanço brejeiro e do soriso maroto das meninas do Rio, simplesmente IMBATÍVEIS, Dez, nota dez ! Lembram ? Não tem chance, elas são as donas do verão, os gringos não podem suar, derretem ! Nós, os malandros daqui, tiramos " onda ", fazemos aquela cara de normal, de acostumados, não incomodados com a beleza fulminante delas, somos vacinados. Todos vivem o verão com suas armas de defesa, a minha é a contagem regressiva até Maio, o mês da minha felicidade em vida, do céu azul portenho, da brisa suavemente fria das manhãs, do caqui nos sinais, saladas lindas, das noites bem dormidas sem ar condicionado, delícia pura ! Convido todos os que aqui, por ventura ofendi, venham desfrutar o mês de Maio da Cidade, sim, maravilhosa ! Outros se protegem do verão com o descuido do tempo perdido nas longas tardes de chopps e boas conversas de botequim; tem os fugitivos polares que não saem de seus poderosos ar condicionados, felizes de não suar nunca, de serem superiores aos outros calorentos mortais. As mulheres velhas e pobres dos subúrbios com suas sombrinhas e andar quase parado enfeitando as ruas, os meninos correndo no sol, nas pipas felizes. Cada qual se defendendo do seu jeito.
Segue a vida, rumo à primavera. Mas fica aqui o registro do maior verão que vivi, colado na minha camisa, do meu Mengão Campeão maior, do renascimento de um Carnaval de Rua magnífico, do xixi nas ruas, da criatividade. O carioca sabe viver seus verões.
Somos felizes !


Roberto Solano.

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