sexta-feira, 28 de maio de 2010

O que não tem medida

O que não tem medida

Como medir? Esse é o maior desafio do ser humano, medir. Uma amiga me criticou sobre umas palavras minhas que se referiam a uma moeda de troca entre Pais e filhos, uma filosofia de botequim, em um momento de sentimentalismo meu. Ela disse: “A moeda de troca de Pais e filhos é o amor!”, e aí Eu empaquei... Como medir o amor???? O meu amor será sempre o maior, como o meu ego, como a minha cegueira egoísta. A perspectiva do “outro” também indica essa direção perigosa do amor, sempre perverso e absoluto, sempre dono da verdade e perfeição. Como alguém ousa amar mais que Eu? Isso é um absurdo! Os Pais acham e conservam essa loucura para sempre, vide as sogras... Nesse embalo vem o ódio, o mortal, o para sempre, veneno maior! Com um pouco de boa vontade e muito tempo tem gente que diminui essa chama, poucos, os mais sábios. Mas e o amor? Como apagar o amor? Você lembra mais da primeira namorada ou da primeira briga? Do beijo ou do fora? Eu me lembro e sinto a falta dos dois, da emoção adolescente, da ingenuidade, da tolice, o bobo vive mais e pode ser feliz! Voltemos ao racional, você já mediu teu amor? Já comparou com o dos outros? Meu Pai dizia ser a coisa mais difícil o “Dar”, verbo direto, duro, sem volta! Deu-esqueça! Vamos pensar assim: Dar-esquecer, give-forget, Offrer-oublier, etc... Isso é bom, alimenta o coração, fortalece a tua alma, dê, dê muito e esqueça. Não pese, não meça, só respire fundo, e estenda teu braço, ofereça, e corra! Apague qualquer reação positiva, o presente é uma bomba, a alegria é do outro, a incerteza é sua. Tudo que dei me foi negado. É dando que se recebe! Uma furada, pensamento torto, bebo. É dando que se dá e ponto final! Dá quem quer! Assim já gosto, mais inteligente e autêntico. Dê um presente á uma criança, compare com os outros presentes, e na festa veja a alegria egoísta dos convidados, mendigando a preferência do aniversariante, o a criança vai eleger seu favorito pelo momento e pela fantasia de sua cabecinha alegre e esfuziante. Não há lógica, o que rege o prazer é o desejo, o que guia o desejo é a fome. Ter tudo é muito ruim... O bom é querer ter, imaginar, criar fantasias, aquele conversível vermelho correndo na pista plana sob um sol delicioso do caribe, ao lado da pessoa amada! Sonhar, sonhar, é bom, realizar é um ato final, depois só resta o retorno à vida normal. O sonho é teu, regulável, maluco, irresponsável, mas teu; sendo grande ou pequeno, teu. O amor não é teu, sem medidas ele brota, foge, cresce desama. Um filho é assim também, solto, sem retorno, vento do mar...
Vamos tocar a nossa vida com esse mistério eterno do amor sem medida, sonhando...

Nenhum comentário:

Postar um comentário