terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma manhã de Maio

Uma manhã de Maio


Acordo às 6 horas da manhã, “reveillez-vous?”, lembro do curso de francês, e vou para a cozinha, água no fogo e ao olhar à frente vejo o céu. Um azul mais forte, meio roxo, querendo morder o céu, parei. O tempo passa lento como a água no fogo, faz um frio agradável, sem vento, tudo parado, o sol se mostrando em forma de luz, atrás da pedra da gávea, solitário. A rua morta, não há movimento, meio escura, e o show começa! Um espetáculo difícil de se ver, impossível de gravar, são espectros de cores azuis, violetas, que vão mudando segundo após segundo, o azul perde força a claridade domina, o sol avança. Fico ali meu bobo, com resquícios de sono, mas de olho aberto, estarrecido. Continuo a sentir o azul ficar claro, na linha do horizonte quase uma lanterna de luz, o calor querendo chegar, mas o ar límpido da manhã se impõe!
Agora o café, trocar de roupa, mais um dia de trabalho. Vou á rua e vejo o céu portenho me incomodando, chega de azul, está demais, uma nuvem branca vem dizer que ela existe, só para me distrair. E ele está lá, mais alto que nunca, mais amplo, abraçando a terra, trazendo a alegria única de uma manhã de Maio. Lembro do Tom Jobim que dizia ser o mês mais lindo e mais agradável na cidade Maravilhosa. A cidade pode ser maravilhosa e com o céu de Maio fica esplendorosamente linda! Venham ver e viver, prestem atenção, é só uma vez por ano, no mês de Maio, e aproveitem para comer um caqui.

Roberto Solano

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