terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando a engenharia se faz presente

Quando a engenharia se faz presente

Vivemos um mundo cercado de máquinas, motores, energias. Não percebemos, só vivemos as delícias das tecnologias, a vida fácil. Os aviões são cada vez mais leves, maiores distâncias percorrem, confiáveis e autônomos. Carros de todos os estilos e funções. A informática como uma fada-madrinha tem sua varinha mágica tocando estas máquinas maravilhosas e as transformando em brinquedos lindos, fáceis de lidar, nos fazendo reviver sonhos impossíveis outrora, o homem não parece ter limites no comando de suas máquinas, mas tudo é invisível ao usuário comum. Há uma forçada descaracterização do objeto: Um telefone é para falar não é? Nada disso! Só falar não serve! Tem que ser “multifuncional”, fotografar, te ligar na internet, e claro, estar na moda! Uma corrida louca para o inútil, para o plural, esquecendo o singular. Coisas da engenharia invisível que alegra o consumo e faz a riqueza sorrir.
No momento vivemos um drama de criaturas também invisíveis: Os mineiros. Esse “povo” tem uma vida tristemente dura e confinada, cavam o metal valioso e a própria morte. No mundo escuro das dores nas costas, do calor e sujeira sobrevivem meses longes das famílias e do mundo aqui de fora, do sol nascente. Lá sofrem e se adaptam como os ratos e tatus, criam seu mundo imaginário e podem por lá ficar a eternidade. O caminho de volta é um furo na rocha, na terra ou na frágil estrutura de contenção. O provável acontece e aconteceu...
Agora o mundo vê a engenharia erguer seu braço mais encantador, sua força vital, a criatividade. Engenheiros, contra o tempo projetam a solução do resgate para os invisíveis humanos enterrados. Nós observamos com alegria a sonda levar a vida em conta-gotas para trazer a esperança. São duas metades, normalmente, invisíveis ao mundo que se unem: Os mineiros e a engenharia milagrosa. Eles isolados por função e ela por esquecimento. Temos a chance única de valorizar essa classe tão orgulhosa dos engenheiros que criam e desafiam a natureza, trazendo a vida humana á sobrevida encantadora dos milagres tecnológicos. Os técnicos e engenheiros merecem esse brinde da população, essa faixa de campeão, numa corrida de emergência são os melhores!
Viva a vida moderna e tenhamos mais carinho com aqueles que, com suas calças sujas e capacetes na cabeça se transformam em anjos e voam para te salvar. Pense nisso!

Roberto Solano

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