quinta-feira, 26 de janeiro de 2012




Vivemos no melhor dos tempos

 O Dr. Steven Pinker, professor de psicologia de Harvard, fez um entrevista publicada na revista Veja de 04/01/20112 que é interessante, intrigrante e inteligente (três “is”). Algumas frases me fazem pensar no nosso mundo de hoje e a trajetória dos nossos antepassados pelo planeta. Ele afirma que estamos no melhor dos mundos, sendo: “O passado não foi bucólico, pastoril e pacífico como costumamos imaginar. Foi bárbaro e cruel.” Sim, fico a pensar no sofrimento humano sem as tecnologias básicas para amenizar a nossa dor, o nosso esforço físico para plantar e caçar. Armazenar insumos para o inverno, etc... Eu já me assusto em viver sem internet, imagine ter que caçar um mamute com uma lança de madeira e comer a sua carne dura assada no fogo que tive de fazer junto da patroa feia e suvacuda, fedida, ao lado do filhote chorão e encatarrado que todo cagado tem fome e sede, chorando a mais triste das lágrimas. Que situação! O dente doendo da cárie, a pele cortada, os pés enormes, as mãos sujas de lenha e carvão. Pensem. Agora na idade média, a Igreja matando em nome de Deus e dos poderosos. As guerras travadas a sangue cru, na espada, no corte, no azeite fervente queimando tudo: o fogo e o corte, o sangue jorrando em terras e rios, a morte descampada. Dor.
 A escravidão como base de sustento dos poderosos. Ele sustenta “Ser violento foi determinante para a sobrevivência da espécie na defesa contra as feras e na disputa por uma mulher no acasalamento”. Concordo! Até hoje se mata por desejo ou ciúmes, na força tempestiva da atração sexual. Outra “Até os dois anos as crianças são extremamente violentas. Só não matam umas às outras porque não damos revólveres ou facas e porque estamos presentes para ensiná-las a se comportar”. Polêmico mesmo... Gostei desse rapaz de 57 anos que fala o que não queremos ouvir: nós humanos somos maus por natureza, por sobrevivência. Só estamos juntos e civilizados pela força maior da preguiça e da inteligência exploratória e capitalista. O dinheiro hoje mata muito mais que as guerras! A violência gera dinheiro que gera a violência. Ele diz “Os filmes de Mel Gibson ou as lutas de vale-tudo mostram que de 70% a 90% dos homens já se imaginaram matando alguém. Entre mulheres esse número varia de 40% a 60%” Esse cara não entende de mulher! Absurdo isso! As mulheres são muito mais perigosas que os homens. Explico leitora: mulher odeia mulher. Ponto! Só não se matam porque tem família e filhos para criar. Já viu alguma sociedade de mulheres dar certo? Elas gostam mesmo é de invejar e desejar o que a outra tem, com isso vem os olhares venenosos e a raiva contida em lábios bem pintados de vermelho sangue. Eu morro de medo de mulher, nossa, isso é uma fraqueza... Voltemos ao Dr. Pinker.
 “O cérebro humano evolui de forma a sempre advogar a favor de si próprio. A primeira reação ao sermos confrontados com o fato de termos feito algo ruim é tentar nos convencer de que não fizemos nada de tão grave” Esse cabra é bom mesmo! Quem admite seu próprio erro? Já bateu com o carro? Então foi a chuva, o pneu mal calibrado, a fechada da loura burra que estava do teu lado, o sacana do teu sócio que ligou do celular! Merda! Merda mesmo, esse freio nunca reage a tempo... E essa arvore o que está fazendo aqui no meu pára-choque! Eu dirijo há 20 anos e nunca bati... Os erros profissionais então é uma beleza! Culpa do estagiário que não conferiu a cota! Dava para entender que o vazo sanitário não pode esbarrar na porta do banheiro, isso é lógico! O meu chefe então me faz errar sempre! Filho da puta! E por aí vai tua mente te perdoando e te dando uma nova chance! Mais um cigarrinho não vai fazer mal, já estou uma semana sem fumar... Essa barriguinha vai ficar para depois das férias: juro que vou correr na praia todos os dias, no verão é claro... Dieta? Tá louco! E tome de se auto-perdoar, tudo tem jeito mesmo.
 “O comunismo e outros governos utópicos encorajaram as pessoas a lutar por um sonho. Pelo sonho vale tudo. Por isso provocaram tantas mortes. A democracia é a forma mais eficaz de impedir que a violência do homem se manifeste” Aí pegou pesado: política e as formas de delegarmos o poder, concentrar a força, a regra, o julgo, o homem dominando o próprio homem. Isso é natural. Muitos são gados para poucos vaqueiros nessa caminhada da boiada da vida humana. E o sonho? Esse é o oxigênio da vida, é o que faz o pobre trabalhar pelo rico e o rico não estar nunca feliz. Aonde se encaixa a felicidade nisso tudo? Temos que viver em grupos: precisamos da luz, do avião, da gasolina, da anestesia, da aspirina. Tantas coisas boas que dependem de ciência e tecnologia, para manter a regra maior: o homem explora o próprio homem. Não tem outra forma de viver com as maravilhas do mundo moderno. Já a democracia vale até aonde a liberdade destrói o poder, aí mudam os presidentes os juízes o senado. Quem detém o poder? O rico está, pelo menos, olhando de cima para baixo, sem pena, com ou sem caridade, ele está na frente. Eu rezo para que os ricos fiquem mais ricos e que os sonhadores sonhem muito mais, gerando riquezas e oportunidades para a ciência, esse é o caminho. O pobre pode tomar um antibiótico? Terá ele uma assistência médica melhor? Vamos socializar o LUCRO. Vamos valorizar a pesquisa de tudo que avança a vida sobre a morte.
 “A história mostra que as mudanças culturais e sociais, crises econômicas, novas ideologias e tecnologias podem incitar guerras... Os períodos de paz tendem a ser cada vez mais longos e duradouros” Amém!
 Quem puder leia a entrevista e reflita sobre o nosso mundo melhor de hoje. Viva o hoje e procure a felicidade, essa não tem receita, essa está dentro de você. Procure todos os santos dias que Deus te dá.

 Roberto Solano

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