sábado, 23 de março de 2013

Paro , olho e escuto




Paro, olho e escuto

 Paro, olho e escuto tua alma encostar-se à minha
A respiração se faz mais forte e o corpo sente
Há calor, há contato e um silêncio mágico aparece
Não é sexo, não há beijo, só a sensação que invade

Era noite e a cama nos acolhia cansada e corroída
Era tempo de sonhos e descanso, só
Acordei com teu longo suspiro...
Parei, olhei e escutei tua alma encostar-se à minha

Elas se falaram com tal intimidade que o corpo suou
Não era calor, era talvez uma emoção do impossível ato
Elas começaram a se amar, como gente sem peso e sem culpa
Paro, olho e escuto tua alma amar a minha

Louco a olhar, paralisado no ficar, encantado estacionei a mente
Amor de almas perdidas, de nuvens abraçadas, brisas leves
Amor de flores desconexas em jardins perdidos, beija-flor único
Amor que sobe e desce montanhas sem medo de nada, puro

Foi assim que senti tua respiração mais pesada, querida
Também nada fizemos, o corpo pesado como pedra assentada
Foi um ato tão obsceno que de imediato foi censurado em vida
Não o será na morte, amor, nunca esquecido, permanecerá

Paro, olho e escuto tua alma beijar a minha
Prometem  eterno silêncio e não pecar jamais
Tu ficas ali deitada a sonhar o que nunca saberei
Só sei que te amei loucamente, sem te tocar, nerudamente

Ficaremos assim combinados: amor em vida e além
Trataremos de gastar beijos e arranhar abraços até o fim
Sem nada a cobrar ou exigir, só carregando o peso carnal
Paro, olho e escuto a minh’alma dizer para tua: te amo.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Você dá gorjeta?




Você dá gorjeta?

 Pois é, quem gosta dá e diz com uma felicidade generosa que até incomoda o “pão duro”. O hoje li no jornal a revolta de funcionários do Porcão (grande rede de churrascarias) pelo corte da gorjeta, só serão repassadas as dadas em dinheiro vivo! Dizem que mais de 20 funcionários foram demitidos por justa causa!!!???

 Bem, o fato é que ou você dá e gosta ou tenta não dar e não gosta. Esse negócio de “dar” é realmente muito pessoal, em todos os ângulos e aspectos. Há o argumento de quem não dá, pois acha que o dinheiro deveria ser distribuído por todos, até chegar à cozinha! É claro, a meu ver, que todos merecem! Do atendente ao cozinheiro (até mais!). Não entro nesse mérito. O que vou repassar é a tabela abaixo:

Brasil....................................... 10 %
Inglaterra.................................12,5% na conta mas pode reclamar
EUA.......................................... 15% se não pagar apanha!
Itália.......................................... 12%
França....................................... 10% na conta, mas se deixa algo a mais na mesa.
Rússia........................................ 20%, daí veio o termo “tá russo”.
Japão........................................ 0% e se você der ofende o povo de lá...

 Vá entender o mundo... Eu dou por medo mesmo! Todo turista é babaca, isso é regra! Se você está em terras estranhas é melhor “se coçar” e ficar de bem com a vida, que inclui o garçom e o taxista, o resto é lucro! Até esmola em euros eu já dei para uma velhinha em Paris, achei muito chique! A minha amiga pirangueira, ao lado, disse “não dou nem Fud%$#@!!”: ela é a rainha dos “ peixes urbanos "  e adora uma “ Galinha morta”! Dar gorjeta ela não dá! Mas, eu dou por ela... Questão de sobrevivência!

 Vai viajar? Então pense em ser generoso, afinal você é que está se divertindo na terra dos outros, você é que é o gringo, entendeu? Quando voltares para o seu País faça suas economias, certo?

 Boa viagem!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Pensar é difícil



Pensar é difícil

   Lendo o texto do economista Gustavo Ioschpe (poderia ser Ichopes, muito melhor com esse nome sugestivo!) aprendi coisas incríveis! Este texto está na revista Veja de 20/03/2013 na pag. 94. Vamos pensar juntos?

   O cérebro evita pensar: “Pensar é uma atividade dispendiosa, tanto em termos de tempo como de energia, e sempre que possível o cérebro substitui o pensamento por um procedimento automático gravado na memória”. Isso é extremamente importante de conhecermos! Ele exemplifica com o ato de dirigir, um processo cuidadoso e difícil que usa muito de nossa capacidade mental, porém já está no piloto automático da mente, então fica fácil, não é? Você vira a cabeça para o lado, avalia distâncias, freia rapidamente e pré-julga atitudes, em fração de segundos, uma maravilha! O legal é que não há esforço, tudo já programado, fácil fácil. O incrível é o que o Dr. Daniel Willingham diz: “o cérebro pensa em duas direções: quando é estritamente necessário (não há procedimento na memória que nos ajude) e quando nós acreditamos que seremos recompensados por resolver determinado problema”. Isso é o grande “barato” da nossa inteligência! O prêmio que nos damos, a recompensa! BINGO!!! Que maravilha da própria natureza humana, a auto-recompensa, o prazer do acerto, a felicidade da conquista do desconhecido, o prazer do saber! Legal isso! “Pequenas doses de dopamina, um poderoso neurotransmissor, liberado quando se resolve uma questão (e durante o consumo de cocaína). Para que a dopamina seja liberada, o fundamental é calibrar a dificuldade do problema.” Sim, amigos, temos que ajustar a nossa capacidade, pois o cérebro é preguiçoso, MAS não é burro! Se “ele” descobre que o problema é difícil demais o cérebro "desliga-se”, não há chance de ganhar a dopamina pula fora! O bicho é malandro demais! Aí que vem a manobra diabólica do “danadinho”: ele grava o que interessa e vai te dar prazer nas novas e saudáveis conquistas, porém se ele prevê uma grande dificuldade não avança! Assim vamos acumulando conhecimentos e guardando na memória de longo prazo. Mal comparando é como se você tivesse uma mochila nas costas que te ajuda para tudo que precisas; lá dentro tem tudo que você conquistou e de lá vem as soluções pré-prontas, até quando há um novo desafio e você tem as ferramentas dentro da mochila e enfrenta com sucesso! O prêmio é saboroso e vai ser desfrutado para depois armazená-lo na mochila, para uso futuro. “A memória operacional tem capacidade limitada... quanto mais perto ela estiver do seu limite mais difícil vai ficando o pensar”.

   Amigos, eu entendi que temos uma memória “RAM” e um” HARD DISC” para tocar a vida, sendo que a primeira vem da tua genética e do teu desejo de ganhar prêmios, a outra é a tal “ mochilinha”. O engraçado que uma ajuda a outra: “Até a leitura se torna mais fácil se o cérebro já conhece o assunto”. Diz-se que quem lê mal e conhece o assunto entende mais o texto que o bom leitor, e digo-lhe mais “memorizar apenas o necessário para desenvolver as habilidades de pensamento crítico”. O cérebro usa a memória para coisas úteis (coloca na mochila) e descarta o resto: “a memória é o resíduo do pensamento”; ou seja, se vale à pena pensar vai valer à pena guardar, simples assim.

   E aí vem a dica: “Quanto mais espaço livre tivermos na memória de trabalho e quanto mais informações na memória de longo prazo (mochila) melhor será nossa capacidade de pensamento”. Isso realmente funciona! Limpe a sua mente sempre, use a criatividade para seduzi-la e ser premiado com a dopamina e coloque o saldo na mochila. O mais legal vem agora: “A chave para o aprendizado não está no que é ensinado, mas em quem ensina e como”. Isso mesmo, o bom professor é insuperável! Ele te motiva e faz suas conquistas serem “ premiadas”, o prazer do saber é contínuo e estimulante. Outra dica importante dos neurocientistas “o cérebro humano adora histórias. Conte uma história”. Criei meu filho com fantasias e contos que muitas vezes eu inventava na hora, isso creio ter sido a minha melhor contribuição para que ele tenha uma boa memória um uma inteligência crítica. Pensem nisso, no quanto é difícil pensar, e no quão inteligente é viver fantasiando coisas e criando elos importantes (eu gosto de colocar apelidos em pessoas, muitas vezes só na minha cabeça para memorizar) para limparmos a nossa memória “RAM” e enchermos nossa” mochila” de ferramentas. Outra coisa: jogar conversa fora é ótimo, principalmente com pessoas de mochilas grandes e pesadas!

   Palavras de Roberto Ichopes Solano!

domingo, 17 de março de 2013

Amar o presente


                                             










Amar o presente






Receber, olhar e abrir o presente


Olhar para quem te deu com candura


Saber que o presente não é para sempre


O para sempre é o nada que se fará depois






Conhecer o lado bom do teu presente


O que ele representa e o melhor: é teu!


Acreditar na força da mensagem que emana dele


Pedir que ele permaneça sempre novo em novidades






Quem te deu é quem pode


Ele vai te dar outro presente


Agora, nesse exato momento


Dentro de um breve suspiro, sorria






Olha ele aí de novo, vivo, na tua mão


Pegue-o com carinho e não deixes quebrar


Essa linda caixinha de música chama-se vida


Esse presente é o único momento que importa






Ame-o, simples assim

terça-feira, 5 de março de 2013

Medo de avião


                                                         Medo de avião

      Quem tem? É paralisante ou dá prá encarar com um lexotan? Tem motivo ou vem do desconhecido? Não sei se tenho, acho que não. Nunca me vi em situação de risco e não sofro por antecedência. Tenho sim muita admiração pela máquina que beira a perfeição da engenharia: ali tem todas as engenharias possíveis! Tudo junto funcionando bem. Eu não posso dizer que é perfeito, pois volta e meia o homem é capaz de derrubar um avião, por sequências de erros. No futuro as máquinas voarão sem piloto, aí sim vamos ter mais certeza da eficiência da “estrovenga”.
     Amigos, não sou contra os pilotos não! Por favor! Eles são treinados e competentes, mas não são os únicos. Avião parado é um perigo! Lá estão mexendo nas entranhas do bicho, isso é complicado, a manutenção. Meu Pai dizia que o risco de viajar de avião é pegar o taxi para o aeroporto! Tinha razão. Ele contava a piada do sujeito que pegou, pela primeira vez, um taxi no aeroporto de São Paulo e o Japonês saiu a mil por hora, cortou um sinal fechado, ultrapassou o segundo com mais velocidade ainda até dar aquela freada de cantar pneu no sinal verde... O camarada já todo pálido perguntou “Porque o senhor passou dois sinais vermelhos e parou no verde”?”O Japa respondeu” Pode vir Japonês maluco, né!”Hoje morro de medo de automóvel, por razões óbvias de ver os” inimigos” vindo em sua direção. Sim: inimigos! Um amigo tinha essa teoria radical para quem vinha em sentido contrário. Imagine você na estrada e os” inimigos” passando do lado em alta velocidade... Eu tremo em pensar no espirro que o caminhoneiro da carreta lotada pode dar e, em um ato reflexo, dar uma guinada por cima do carro que vem de lá. Batida de frente é fatal! E sigo contando os acidentes evitados a cada ultrapassagem, fico meio maluco com isso. Já no avião não vejo os” inimigos”, é uma vantagem.
       Voltemos ao medo do avião, tem sentido? Medo de dentista tem, de entrar no mar também, de bandido armado nem me fale! Mas do avião??? Acho que é bacana você ter fé, para tudo ela vale e anima. Minha tia dizia que não entrava em avião com freira... Vá entender! Ela voltou quando duas freirinhas entraram na fila do embarque. Não teve jeito! Tive que voltar com a velha prá casa... Com padre ela podia encarar o voo, mas duas freirinhas jovens... È muita tentação para chegar ao céu, dizia ela. E viajar com criança chorando? Não é fácil não. A pressão de dentro do avião altera os sensíveis ouvidos no rebento e você vai se divertir lembrando-se do quanto é bom ter filho grande e já criado. Hoje todos viajam de avião, da madame ao pedreiro, a companhia GOL é o celeiro da igualdade humana, quase a praia de Ramos no domingo, uma delícia. Interessante é o olhar do companheiro do lado, sem saber como apertar o cinto e sem olhar para a janela com medo de ver o que não quer ver. O medo do mais simples é menor do que o do medroso crônico, esse sim é perigoso, na primeira balançada fica pálido e chama a aeromoça, fazer o que? Temos que viajar cada vez mais de avião. Nosso país é imenso e os TGVs não existem por aqui, então façamos as malas e passemos fome nas companhias que temos, sem medo de ser feliz!

domingo, 3 de março de 2013

Dieta escondido





Estou fazendo dieta escondido

 Vocês acreditam? Já viram alguém que faça dieta escondido? Eu estou fazendo e vestindo as sandálias da humildade! Santo ficarei até cumprir a minha missão quase impossível. Não sei se chegarei lá calado, esse é o maior desafio! Sofrer calado! Incrível como a dor tem que ser compartilhada, sem plateia não há graça, não há sentido. Admiro muito os que sofrem calados, acho até que esse grupo não existe; se ele é calado para mim não o é para outrem (velho isso "outrem"...). Quem aqui já viu o sofrimento ser calado, trancado, digerido dia-a-dia por um só? Coisa rara, se existir! Alegria e sofrimento estão do lado oposto da mesa de tênis da vida (não falei tênis de mesa não!), mas querem torcidas. Viram o jogo do Corinthians no qual não havia torcida? Coisa estranha, quase utópica, sem sentido até! Na vida também temos que ter alguém olhando para nós, nas alegrias e tristezas, nas conquistas e nas perdas.
 Voltemos á dieta. Minha dieta é de amor. Tenho que gostar de mim mesmo, sem falar, sem contar vantagens, quieto. Como um monge recluso tenho que exercitar a auto-doação, e deglutir minhas próprias críticas, com carinho. Sou pouco piedoso comigo mesmo, se erro me condeno, se condenado tenho que me auto-flagelar! Ora, assim vou ser refém da minha própria existência! Errar todos erram, mas a condenação tem que ser mínima, será? Olhar pelos outros é o caminho certo, desde que tenhas sapatos de couro duro, nordestino por vocação e muita dedicação para percorrer esse trabalhoso roteiro. Estou tentando melhorar, viver com menos atenção e chorar menos, sofrer pouco e sofrer esquecendo a dor. Essa é a linha: esquecer! As dores foram feitas para gerar sentimentos bons, arte e esperança no amanha, e só. Apagar tudo, escrever com giz, sendo o seu próprio professor e ficar assistindo a sua aula em silencio, só. Fazer sempre o dever de casa sorrindo no prazer sádico de se conhecer mais e mais. Professor e aluno em uma só pessoa, para aprender e ensinar a regra maior da felicidade: esquecer o ruim da vida, sem mágoas e sem receio de ser injusto. Viver é simples para quem vive apagando suas dores e aprendendo a não valorizar tanto as que virão, “apanhar calado e bater sem dar risadas” diz a música, concordo.
 Dieta de amor. Muito amor sufoca. Só o amor próprio constrói o poder de oferecer mais e melhor. Não recebas tanto, viva mais com menos. Fácil? Não! Mil vezes não! Perder é difícil! Mas, entendas, não é paralisante. Perder e ganhar, tudo na mesma moeda, na mesmíssima mesa de jantar de todos os dias. Misture isso com sua capacidade única de ver o mundo em preto e branco e pense nas cores, satisfaça-se com tua criação, e viva na dieta do dar sem querer receber. Duro mesmo é mergulhar na verdade maior da existência: prá que e prá onde vamos? Porque estou aqui? Sou bom e merecedor? Pequei mais ou menos que deveria? Culpo-me demais? Faço o que é certo? Existe o “ meu “melhor? Há luz no fim do túnel? Não há dieta que te faça ver no escuro, só o “crer” tem a resposta, que não é única.
 Viver é ato simples quando não precisas de dieta. Seja qual for! De comida, dinheiro e amor. Limite-se e pagarás o preço da existência. Mas tente ser menos expansivo e achar que teu mundo é mais valioso que o do outro. Somos iguais e igualados na dor. As diferenças estão em detalhes mínimos que se faz com esforço máximo, respeite as conquistas alheias, por menor que pareça, na tua visão. Faça dieta para, por raras vezes fugir dela! Comer escondido o doce proibido, pecar no absoluto desejo do arrependimento. Não se culpe tanto, se não deu certo pode ser que o mundo esteja errado, a dieta é fraca e o médico é um verdadeiro charlatão! Quando você é o médico da tua própria doença é que verás o quão difícil é o tratamento. Viva sem alarde e agradeça cada sol que aparece, ele é a prova da vitória de ontem! E isso tem que ser o bastante.
 Viva simplesmente para ser único e aprenda, como fez Sidarta ,os três mandamentos : rezar, esperar e jejuar. O resto vem fácil fácil...