domingo, 13 de julho de 2014

O croquis


O croquis

Um croquis (palavra francesa eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de moda ou um esboço qualquer.


O croquis sempre foi usado na engenharia como uma forma de iniciar um pensamento lógico, para em seguida elaborar um projeto. Vamos viajar no tempo e lembrarmos como o nosso interior era precário (ainda é...) e, de como chegou à dita “modernidade”. Pois lá, no interior de Pernambuco, início do século passado, chegou um engenheiro para edificar uma ponte sobre o rio da cidade, obra que traria grande desenvolvimento com o fácil deslocamento de cargas e animais. A verba demorou a chegar, mas aportou com a vinda da licença da obra nas mãos de um nobre engenheiro de paletó e gravata (naqueles tempos os engenheiros usavam esse traje) que foi recebido com banda de música e uma missa de ação de graças. O prefeito, após acompanhar lado a lado a celebridade, convidou-o para um jantar em família (uma chance para apresentar Rosinha que já tinha seios e precisava “se ajeitar na vida”) comprovando a tradicional hospitalidade da” terrinha”. O jovem doutor apreciou a galinha de cabidela, o doce de coco verde e o visual de Rosinha, no final veio o diálogo:

- O senhor doutor engenheiro precisa de alguma providência para começar os serviços amanhã?

- Senhor prefeito, basta o senhor enviar, bem cedinho, uma “croquis” da cidade lá no hotel central.

- Pode deixar doutor isso é fácil! Tenha uma boa noite!

 E assim foi feito. Às 6 horas da manhã o engenheiro recebeu um recado na porta:

- Doutor, bom dia! Tem um portador do senhor prefeito esperando o senhor na entrada do hotel, posso mandar subir?

- Sim

 E aí chega o rapaz magrelinho com a encomenda pedida e um cartão: um belo Congris na gaiola, e bichinho cantava muito, uma belezura; no cartão os dizeres “prezado doutor engenheiro, esse é o melhor Concris da cidade, cedido pelo compadre Zeca, espero que o senhor faça bom proveito. Atenciosamente, Tonho- prefeito da cidade-”.

 As coisas são assim mesmo, o que vale é a intenção e a hospitalidade. Veio-me essa história na cabeça ao ver no jornal a alegria dos Argentinos em nossa “Playa de Copacabana”, uma verdadeira invasão! Nós pedimos um croquis de uma Copa do Mundo para fazer uma bela obra e sagrarmos campeões do mundo, levantando a taça! E agora estamos recebendo esses passarinhos doidos que gritam sem parar, ciscam, cagam tudo, e por infelicidade nossa podem ganhar o nosso prêmio. Somos ou não somos hospitaleiros???



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