quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sofro pelo Rio de Janeiro

Sofro por morar no Rio
Sofro de amores por ele
E, também, por dissabores..

Sofro ao ver o homem olhando o mar
Vejo tristeza nos olhos do possível desempregado
Vejo também o sofrimento eterno dos picolés
Carregados nos braços dos que sobrevivem

A tristeza me invade ao ver tanto verde e,
lá, do ladinho, as casas dos que foram excluídos
No telhado um gato preto, no chão cachorro magro
O Rio que era feliz e ataulfamente falando não sabia

Vejo sangue nas ruas que eram brindadas em sambas
Vejo a mulata grávida do namorado sem esperança
Penso no que vejo e vejo no que penso
Desilusão

Danço eu, dança você a dança da solidão...
Solidão de ser abandonado pela cidade corroída
Solidão de ficar em casa, com medo de respirar na tv
A morte nossa de cada dia

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